quarta-feira, 9 de novembro de 2005

solo

foto Sascha Hüttenhain

Agora que chorei todas as dores
desse e de outros amores
que rimei nosso caso com circo de horrores
e fiquei olhando sobre o mar
um tempo que se foi...

agora que alguns amigos viajaram
e alguns outros que ficaram, saíram...

agora quando me deparo com o espelho no corredor
pergunto sem esperar resposta:
quando continuo senão agora
que tenho o saldo de algumas horas
e restam algumas roupas no armário
e novos mapas traço no vão da sala?

Quando senão agora
quando me resta o descompasso desse tango solitário
estrada afora?

(do livro “Poesia provisória”)

2 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Meu caro Nilton, mais um belo exemplo de como tudo é provisório. Diante das coisas, seria muita ingenuidade supor que tudo dura para sempre.

..
hábraços

Anônimo disse...

dizem que a hora é agora! eu gosto de sonhar os depois... beijo