sábado, 25 de fevereiro de 2006

risco

"Concetto spaziale, attesa", 1963, óleo sobre tela de Lucio Fontana

O que vale
é usar a pa
lavra
e ar riscá-la

o que vale é o risco
junto com a palavra:
a palavra
é mágica
o risco
é surpresa!

o que vale
é saber o que vai dar
o movimento das mãos
(seja o que for:
- casa
- poema
- coração)

se não se joga a
palavra
no ar
nada mais sobra do (teu) corpo
sobre a estrada
pois o que vale é o risco:
risques a estrada

a palavra
é a intenção
que se destinou para
(e não pára) o gesto.




(do livro “Poesia provisória”)

2 comentários:

Claudio Eugenio Luz disse...

Sims, sem o risco não há palavras: nem poemas, nem contos,nem comédias, nem tragédias, muito menos romances! Perfeito!

hábraços

claudio

Edilson Pantoja disse...

No princípio era o verbo, meu caro. A palavra cria e recria. O "fim" também se deve a ela. Abç.